segunda-feira, 26 de março de 2012

Reportagem do Jornal A Tribuna que denúncia as precárias condições de trabalho dos operários do CDHU, leiam a Tribuna on-line www.atribuna.com.br.




Cubatão

Operários cruzam os braços em obras da CDHU


De A Tribuna On-line

Mais de 200 trabalhadores das empreiteiras Gomes Lourenço e FM, que prestam serviços à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), paralisaram os serviços na tarde desta segunda-feira. Na sexta-feira, um outro alojamento na Vila Fabril foi interditado pela Vigilância Sanitária.

Eles trabalham na construção de casas e apartamentos no chamado projeto Serra do Mar, no bairro Bolsão 9, em Cubatão. Os trabalhadores alegam que a greve foi iniciada em função do atraso do pagamento dos salários, além da péssima qualidade da comida e das condições dos alojamentos.

Créditos: Reprodução/TV Tribuna
Trabalhadores dormem em quartos improvisados e chegam a dividir espaço com mais de oito pessoas

    Os espaços insalubres e improvisados dos alojamentos abrigam cerca de oito ou mais trabalhadores por quarto, quando a norma regulamentadora 24, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabelece quatro pessoas por dependência.

    Segundo apurou a reportagem, os cômodos apresentam infiltrações, as instalações elétricas são improvisadas e apresentam condições precárias de manutenção e higiene. No local, um banheiro foi transformado em depósito. Nos outros, para tomar banho, só com água gelada. E, bem em frente aos quartos, uma fossa transbordou e o mau cheiro é insuportável.

    Além da superlotação e condição insalubre do abrigo, os trabalhadores também se queixam da alimentação e dos pagamentos de salários, que estão atrasados desde janeiro.

    Créditos: Reprodução/TV Tribuna
    Cômodos apresentam infiltrações e instalações elétricas oferecem risco aos operários

      Um dos operários, que não quis ser identificado, informou que gatos e cachorros pisam sob a comida que é deixada no refeitório. “A comida não presta. É realmente insuportável”, reclama.

      "Chegamos aqui em janeiro. Hoje é 26 de março, recebi apenas R$ 300 em janeiro. Até hoje não recebi mais nada”, conta outro trabalhador.

      Mesa-redonda

      O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos), Luiz Carlos de Andrade, acompanha a paralisação espontânea e afirma que a categoria só voltará ao trabalho depois de resolvido o problema das refeições. Ele prepara levantamento detalhado dos problemas para solicitar mesa-redonda na gerência regional do MTE.

      Em nota, a CDHU informou que a companhia enviará técnicos ao local para uma vistoria. Caso seja constatada alguma irregularidade, o consórcio de empresas responsável pela obra será notificado para tomar providências.
      Créditos: Reprodução/TV Tribuna
      Banheiro de alojamento foi transformado em depósito; nos outros banho só gelado

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