A (in)segurança pública do Estado de São Paulo
Os
últimos acontecimentos no Estado de São Paulo revelam toda ineficácia da
política pública de segurança do Governo Estadual tucano. O grande número de
mortes de policiais e jovens mostra que o estado perdeu o controle da questão
da segurança.
O
depoimento da viúva do Sargento Marcelo Fukuhara demonstra o desespero das
pessoas que tem parentes na polícia militar, e mais, apresenta uma denúncia da
falta de condições de trabalho dos policiais. Para verificar isso basta visitar
qualquer batalhão e verificar diversas viaturas e equipamentos quebrados por
falta de manutenção. Na polícia civil a situação é ainda mais precária, prédios
deteriorados, falta de pessoal, equipamento e uma polícia científica que
trabalha na base da boa vontade dos seus funcionários. Muitas vezes os municípios
assumem esses prédios e a manutenção dos mesmos, mas o que se verifica e o
governo estadual cada vez mais ausente.
Enquanto
o Rio de Janeiro demonstra ter um plano para a Segurança Pública, o governo
tucano patina, falta um plano de ação e o governo precisa começar a agir ao
invés de reagir. Na Baixada Santista forem dezoito mortes para que a Secretária
de Segurança Pública reforçasse o policiamento, mas falta um planejamento, uma
ação coordenada para reverter essa situação.
O
Governo do Estado deveria lançar um plano de ação, que poderia ter o sugestivo
nome de PAS (Plano de Atenção a Segurança) que desenvolveria diversas ações
para reverter esse clima de insegurança. Aqui na Baixada Santista, a AGEM
(Agência Metropolitana) poderia coordenar essa ação entre as Secretárias do
Estado e os municípios, a ação deveria focar uma forte política de prevenção ao
consumo de drogas, aumento do número de vagas para tratamento e internação de usuários de drogas,
usar os mapas da violência para aumentar as ações sociais, investir em
políticas culturais e esportivas nas áreas mais violentas, melhorar a estrutura
das polícias (militar e civil), enfim criar um conjunto de ações com metas e
objetivos para reduzir a violência.
Esse
amplo plano deveria focar ações também para classe média e alta que tem muitos
jovens que estão usando drogas ou mesmo propagando atos de violência, muitos
motivados por intolerância racial ou sexual, não se pode achar que a violência
é fruto exclusivo das áreas periféricas ou mesmo sua única causa é a exclusão
social.
Esse
amplo plano para a segurança deveria incluir as instituições civis organizadas
como parceiras, igrejas, ONGs,
prefeituras enfim toda a sociedade,
todos esperam que essa situação possa despertar o Governo do Estado e que ações
sejam feitas de forma planejada, preventiva e organizada para combater a
violência.
Fábio Oliveira Inácio formado em Ciências Sociais e Política
pela UNICAMP, pós-graduado em Gestão Pública pela UNIRIO.
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